Pelo quarto ano consecutivo comércio apresenta retração no volume de vendas nesta data. Com poder de compra comprometido e crise econômica ainda afetando a renda, brasileiros compraram menos e à vista
Pelo quarto ano seguido houve queda nas consultas para vendas a prazo na semana do Dia das Mães. De acordo com o indicador calculado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), o volume de vendas parceladas na semana anterior ao último domingo (entre 7 e 13 de maio) caiu5,50% em relação ao mesmo período que antecedeu a data comemorativa no ano passado. O recuo de 2017, porém, vem após uma forte queda de 16,40% em 2016, demonstrando um impacto mais comedido. Nos anos anteriores, as variações foram de -0,59% (2015), -3,55% (2014), +6,44% (2013), +4,40% (2012), +6,53% (2011) e de +9,43% (2010).
O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre e fica apenas atrás do Natal em volume de vendas e faturamento. “O resultado negativo com menos intensidade que em 2016, reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo observado desde o ano passado, em virtude do cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação ainda elevada e altas taxas de desemprego”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro. “Ainda assim, vemos uma desaceleração na queda do volume de vendas, indicando que os piores momentos da crise já passaram.”
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o comércio vendeu menos a prazo, mas não significa que o brasileiro deixou de presentear. “Os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas, por isso optaram por presentes mais baratos e geralmente pagos à vista”, explica. Uma pesquisa de intenção de compras para o Dia das Mães mostrou que sete em cada dez (73%) brasileiros iriam comprar presentes, mas 65% iriam pagar à vista, em dinheiro ou cartão de débito.