As micro e pequenas empresas brasileiras, com faturamento até R$ 3,6 milhões em 2016, evitaram o agravamento do desemprego no Brasil. Elas são responsáveis por mais da metade dos empregos com carteira assinada (52% do total) e encerraram 281 mil vagas durante o ano passado. Já as médias e grandes empresas, que respondem por 48% dos empregos formais, demitiram 1,32 milhão de pessoas, número quase quatro vezes superior.
Os dados são de levantamento feito pelo Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em quatro meses de 2016 (janeiro, maio, agosto e setembro), as contratações superaram as demissões nos pequenos negócios. Mesmo assim, o saldo de empregos entre as micro e pequenas em 2016, negativo em 281 mil, foi 35% pior do que o resultado em 2015.
“Dois setores tiveram saldo positivo de empregos nos pequenos negócios no ano passado: o de Serviços, com 28,8 mil novas vagas, e o de Agropecuária, com 20 mil”, comenta o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Vinicius Lages. O setor que mais registrou fechamento de vagas foi o da Indústria da Transformação (-119,9 mil), seguido pela Construção Civil (-116,9 mil) e pelo Comércio (-91,3 mil vagas).
Sinais de recuperação
Como ocorre todos os anos, dezembro é o mês com o mais alto número de demissões nos pequenos negócios, em função das dispensas de pessoas contratadas por prazo determinado, apenas para atender ao aumento de demanda no fim de ano. Em dezembro de 2016, o saldo negativo foi de 222,8 mil vagas, mas já apresenta sinais de recuperação. “O resultado em dezembro é 25% melhor do que no mesmo mês de 2015, quando foram encerrados 298,1 mil postos de trabalho. Ou seja, podemos considerar que a cada quatro temporários, um conseguiu manter seu emprego em uma micro ou pequena empresa”, explica o diretor do Sebrae.
Em todas as regiões do país também houve redução do número de demissões nos pequenos negócios em dezembro de 2016, quando comparado a dezembro de 2015. No Norte, foram 9,3 mil vagas extintas no último mês de 2016, 31% a menos do que no ano anterior. No Sudeste, o saldo negativo foi de 112,6 mil empregos, 26% inferior às dispensas de dezembro de 2015. “As micro e pequenas empresas não são ilhas, também são impactadas pela retração da economia. Mas os números mostram que a retomada do crescimento passa pelos pequenos negócios”, analisa Vinicius Lages.
Fonte: Administradore